" Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida... " Machado de Assis
Li pela primeira vez um livro de Machado de Assis com o dicionário do lado, ainda adolescente, época de ensino médio. Dom Casmurro . . . delícia que apreciei por curiosidade e não por determinação. Livro de propriedade da Biblioteca Pública Municipal de Igarapé Grande. Peguei emprestado e nunca mais devolvi. Capa dura, vermelha, folhas amareladas, cheiro de mofo (rsrs)... Livro lindo que guardo comigo....

No dia 24 de agosto de 2014, dez anos depois, eu agora com 26 anos, adquiri por meio lícito - celebração de contrato de compra e venda com a Livraria Leitura - Quincas Borba. Entre todos os disponíveis o escolhi exatamente pelo que li na capa detrás do livro - pós - escrito: "trata-se de um dos mais penetrantes estudos da desumanização escritos em língua portuguesa". Já que é isso, tenho que ler. Logo eu que ando tão humana.
Joaquim Maria Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos que venceu na raça, foi instruído por conta própria através da leitura e tornou-se entre outros, fundador da Academia Brasileira de Letras. Como diz Malala (ops. tenho que ler o livro sobre ela, rs): 'Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Eu acredito sinceramente que sim, podem mesmo.
Quanto a mim, hoje ocorreu mais uma vontade de registrar minhas leituras. Deve ser o lugar privilegiado, 9º andar de um hotel na beira mar, vista linda da praia de Iracema - um nome sugestivo para a próxima leitura, já que estou de volta aos clássicos. Por que não José de Alencar? Já fui tão feliz lendo O Guarani, A Senhora, A pata da Gazela, etc... Pois cá estou, e com meu livrinho na mão...
E já que o lugar é bom e o som melhor ainda, prossigamos com os trechos de Quincas Borba, obra Machadiana publicada pela primeira vez em 1891. Sensacional a ironia, a narração ceticista do mestre. Segue ai uma explicação para a frase "ao vencedor, as batatas":
Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. (...) ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
(...) continuaaa
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